Ahhhh meu Deus!! Mais uma vez eu vejo uma polêmica à respeito da organização onde muitos a confundem com uma doença muito séria, chamada TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) e dessa vez resolvi trazer, além das minhas palavras, o texto de um respeitado médico, Dr. Dráuzio Varella.
Pra começar, gostaria de dizer que a culpa não é sua nem minha sobre essa confusão, mas sim de toda uma sociedade e de muitos anos de discussão sem pé nem cabeça sobre esse tema.
Primeiro, quem tem a doença denominada TOC muitas vezes tem vergonha de expor os reais motivos, porque as pessoas são preconceituosas e não sabem lidar.
Segundo, os organizados são poucos no mundo. Em sua maioria, as pessoas não são organizadas. O que não é nenhum problema, desde que essa pessoa não encha o saco do organizado, e vice versa. Mas, o que vemos é: pessoas desorganizadas falando mal dos organizados e chamando-os de pessoas com TOC, e pessoas organizadas querendo provar à qualquer custo que uma vida organizada é melhor e que o mundo só deveria ter organizados.
Ok, eu até puxo a sardinha pro meu lado, porque estou sempre falando sobre como a organização pode trazer benefícios na sua vida, e muuuuitos desorganizados estão conseguindo entender isso e ver como a vida melhora. Mas não estou aqui pra catequizar ninguém, eu tenho um trabalho com organização, tenho uma página que fala sobre organização e cursos sobre organização. Vem quem quer, curte quem quer, compra quem quer. Não preciso ficar martelando na cabeça de ninguém! A última coisa que quero é virar uma “chata organizer” haahaha.
Volta e meia escuto um amigo dizer: “Nunca vou te chamar na minha casa, é tão bagunçada, eu tenho vergonha”. E a primeira coisa que digo é: “Você vai me pagar? Porque se não for eu só vou como sua amiga mesmo, e não estarei lá pra julgar nada nem ninguém, ok? Se você for me pagar, é outra história, vou ter que perceber o que acontece na sua casa, MAS mesmo assim, só vou fazer meu trabalho e tentar melhorar a sua vida com organização. Simples assim!”. E a discussão normalmente acaba e vamos tomar um chope.
Terceiro: uma parcela de culpa por essa palhaçada toda e das próprias profissionais que trabalham com isso! (Momento de pausa para chorar um pouco…). Já escutei várias vezes alguma colegas Personal Organizers dizendo que pra trabalhar com organização você primeiro tem que ter TOC. Quase morro quando escuto isso! Mas tudo bem, depois de quase ter um infarto, tô por aqui ainda.
Bom, vista essa parte de porque pensamos sobre organização e TOC, e porque relacionamos um ao outro, que fique bem claro que TOC é uma doença séria e muito triste,originária de distúrbios de ansiedade e que deve ser tratada. Já vi gente que desenvolve um tipo de compulsão repetitiva, como virar a chave de casa 17 vezes antes de sair (por exemplo) e, se ela não fizer isso, ela entra em uma paranóia de que algo terrível vai acontecer com ela. Muitas vezes voltando em casa pra fechar novamente a porta 17x. Enfim, esse é só um exemplo bobo de uma coisa muito, muito séria e que pode ter vários caminhos.
Entendam que, quando uma pessoa organizada diz: “Eu não consigo fazer meu dia fluir se não fizer minha cama” é porque ela está dizendo que o campo visual dela melhora e ela consegue fazer as coisas melhor, fica mais produtiva quando tudo está no lugar. Não quer dizer que se ela acordar com alguém passando mal e tiver que levar pro hospital ela não vai levar porque precisa fazer a cama. Dããã…
Vamos parar de levar tudo tão ao pé da letra e avaliar o que lemos com mais calma! Pense sempre que, às vezes o texto ou o comentário de alguém pode te ajudar em alguma coisa que você tem dificuldade. Garanto que é bem mais fácil ver o mundo assim! Sejamos mais tolerantes uns com os outros. Portanto, comentários de profissionais que trabalham com isso são super bem-vindos para complementar nossa discussão, c=e claro, sem ofender ninguém!
Agora vamos ao texto do renomado médico Drauzio Varella (ele postou isso em seu site em 19/04/2011):
TOC, ou transtorno obsessivo-compulsivo, é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade descrito no “Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais -DSM.IV” da Associação de Psiquiatria Americana. A principal característica do TOC é a presença de crises recorrentes de obsessões e compulsões.
Entende-se por obsessão pensamentos, ideias e imagens que invadem a pessoa insistentemente, sem que ela queira. Como um disco riscado que se põe a repetir sempre o mesmo ponto da gravação, eles ficam patinando dentro da cabeça e o único jeito para livrar-se deles por algum tempo é realizar o ritual próprio da compulsão, seguindo regras e etapas rígidas e pré-estabelecidas, que ajudam a aliviar a ansiedade. Alguns portadores dessa desordem acham que, se não agirem assim, algo terrível pode acontecer-lhes. No entanto, a ocorrência dos pensamentos obsessivos tende a agravar-se à medida que são realizados os rituais e pode transformar-se num obstáculo não só para a rotina diária da pessoa como para a vida da família inteira.
Em geral, os rituais se desenvolvem nas áreas da limpeza, checagem ou conferência, contagem, organização, simetria, colecionismo, e podem variar ao longo da evolução da doença.
Classificação
Existem dois tipos de TOC:
a) Transtorno obsessivo-compulsivo subclínico – as obsessões e rituais se repetem com frequência, mas não atrapalham a vida da pessoa;
b) Transtorno obsessivo-compulsivo propriamente dito: as obsessões persistem até o exercício da compulsão que alivia a ansiedade.
Causas
As causas do TOC não estão bem esclarecidas. Certamente, trata-se de um problema multifatorial. Estudos sugerem a existência de alterações na comunicação entre determinadas zonas cerebrais que utilizam a serotonina. Fatores psicológicos e histórico familiar também estão entre as possíveis causas desse distúrbio de ansiedade.
Sintomas
Em algumas situações, todas as pessoas podem manifestar rituais compulsivos que não caracterizam o TOC. O principal sintoma da doença é a presença de pensamentos obsessivos que levam à realização de um ritual compulsivo para aplacar a ansiedade que toma conta da pessoa.
Preocupação excessiva com limpeza e higiene pessoal, dificuldade para pronunciar certas palavras, indecisão diante de situações corriqueiras por medo que uma escolha errada possa desencadear alguma desgraça, pensamentos agressivos relacionados com morte, acidentes ou doenças são exemplos de sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo.
Frequência
Em geral, só nove anos depois que manifestou os primeiros sintomas, o portador do distúrbio recebe o diagnóstico de certeza e inicia do tratamento. Por isso, a maior parte dos casos é diagnosticada em adultos, embora o transtorno obsessivo-compulsivo possa acometer crianças a partir dos três, quatro anos de idade.
Na infância, o distúrbio é mais frequente nos meninos. No final da adolescência, porém, pode-se dizer que o número de casos é igual nos dois sexos.
Tratamento
O tratamento pode ser medicamentoso e não medicamentoso. O medicamentoso utiliza antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina. São os únicos que funcionam.
A terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem não medicamentosa com comprovada eficácia sobre a doença. Seu princípio básico é expor a pessoa à situação que gera ansiedade, começando pelos sintomas mais brandos. Os resultados costumam ser melhores quando se associam os dois tipos de abordagem terapêutica.
É sempre importante esclarecer o paciente e sua família sobre as características da doença. Quanto mais a par estiverem do problema, melhor funcionará o tratamento.
Recomendações
* Não há quem não tenha experimentado alguma vez um comportamento compulsivo, mas se ele se repete a ponto de prejudicar a execução de tarefas rotineiras, a pessoa pode ser portadora de transtorno obsessivo-compulsivo e precisa de tratamento;
* Crianças podem obedecer a certos rituais, o que é absolutamente normal. No entanto, deve chamar a atenção dos pais a intensidade e a frequência desses episódios. O limite entre normalidade e TOC é muito tênue;
* Os pais não devem colaborar com a perpetuação das manias e rituais dos filhos. Devem ajudá-los a enfrentar os pensamentos obsessivos e a lidar com a compulsão que alivia a ansiedade;
* O respeito a rituais do portador de TOC pode interferir na dinâmica da família inteira. Por isso, é importante estabelecer o diagnóstico de certeza e encaminhar a pessoa para tratamento;
* Esconder os sintomas por vergonha ou insegurança é um péssimo caminho. Quanto mais se adia o tratamento, mais grave fica a doença.
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