Já que esse dias eu falei sobre alimentação saudável, nós sempre lembramos das crianças né? Afinal, é de pequeno que se aprende. Quando não aprendemos, temos que corrigir quando adultos.
Pois é, na semana passada a apresentadora Bela Gil (que apresenta no canal GNT o Bela Cozinha) foi altamente criticada por ter colocado uma foto da lancheira escolar da filha cheia de coisas saudáveis.
Acredito que as pessoas criticam por muitas razões, e uma delas é inveja: a inveja de não conseguir fazer a mesma coisa para seus filhos e ter optar por alimentos mais industrializados. Talvez seja somente falta de organização. Se você reparar bem, a vida saudável que ela leva exige muita organização. Eu, sinceramente, tenho inveja, mas não critico, simplesmente tiro meu chapéu pra ela! 😉
Lendo um pouco sobre isso, achei esse texto abaixo, no site da Monica Souza do blog Cozinha Consciente e resolvi colocá-lo aqui pois concordo com cada palavra. 😉
“Na semana passada, a apresentadora e nutricionista Bela Gil postou em uma rede social uma foto da lancheira escolar que havia preparado para sua filha, uma linda menina cheia de vida que deve ter em torno de 5, 6 anos.
Na foto se via banana da terra descascada e picada em rodelas, batata doce cozida, granola e uma garrafinha com água.
A moça foi bombardeada com todo o tipo de crítica e piadas por suas escolhas alimentares. Agora é assim, se você faz escolhas conscientes, é radical, extremista e motivo de chacota.
Os comentários ridicularizavam as escolhas de Bela. Iam desde sugestões de produtos industrializados até a certeza de que a menina sofre bullying na escola.
É de causar espanto que as escolhas alimentares de uma mãe consciente sobre alimentação possa despertar tanta celeuma.
A Bela Gil não precisa de defesa. Tem suas convicções alimentares bem estabelecidas. Deve mesmo é estar se divertindo diante da polêmica em torno da maneira com que cuida da merenda escolar da filha.
Mas fica a oportunidade de discutir sobre educação alimentar.
Nós perdemos a conexão com a comida de verdade, integral, sem processamento. Não sabemos mais fazer escolhas, porque a quantidade de opções ofertadas é infinita.
Terceirizamos essa tarefa para a indústria alimentícia, que é especialista em nos fazer pensar que os produtos dela são mais práticos e mais gostosos. Se você quer entender melhor como a indústria faz para tornar a comida mais atraente e palatável, você precisa ler este texto: É impossível comer um só? ).
A filha da Bela Gil foi educada desde cedo com o padrão alimentar da mãe. Provavelmente os bolos e biscoitos industrializados, os sucos de caixinha, soam totalmente estranhos ao paladar dela, tão acostumado com os sabores naturais dos alimentos.
Ela é uma criança, e, como tal, deve sim ser submetida à educação que seus pais julgam ser adequada. Não nos cabe nenhum julgamento.
Triste seria se seus educadores fossem as propagandas de TV, recheadas de produtos pensados para atrair sua atenção. E cheios de nada, com excesso de sal, gordura ruim e açúcar.
Crianças precisam ter contato com alimentos integrais (não processados). Isto é importante para o desenvolvimento do seu paladar, para que elas aceitem mais facilmente os alimentos nutricionalmente densos.
As lancheiras escolares são escolhas diárias e devem sim ser bem pensadas. Totalmente diferente das festinhas de aniversário, dos finais de semana na casa do amiguinho ou as férias na casa da avó. Aí sim a criança pode experimentar (se quiser) outros alimentos menos densos. O que faz diferença são as escolhas alimentares que fazemos na maior parte do tempo.
Não é natural achar que a pequena sofre de bullying, e nem aceitável alguém ser ridicularizado por comer de forma saudável.
Fica o convite para que você que está lendo agora aprenda mais sobre alimentos ultraprocessados, qual o impacto do consumo exagerado em nosso organismo e também as influências da indústria de alimentos na degradação do meio ambiente. A partir do momento em que se começa a entender estes efeitos, perpetuar o erro simplesmente porque é gostoso, porque todo mundo come, porque comeu até hoje e não morreu, torna-se uma escolha que você pode não fazer mais.”